quinta-feira, 8 de maio de 2014

O caminho e a Laguna 69

Na noite anterior tive a sensação de estar com febre tomei uns remédios e tratei de dormir, torcendo para que no dia seguinte estivesse zerada, afinal tudo que tinha feito até então era para conseguir ter condições de chegar à Laguna 69.

Minha torcida valeu a pena, acordei zerada! Coloquei a mochila e subi na van para começar o dia e 3 horas depois chegamos na entrada do Parque Nacional Huascarán.

Dentro do parque e ainda de carro passamos por dois lagos: Chimancocha, apelidada de “lagoa fêmea”, e a Orgoncocha, apelidada de “lagoa macho”. Isso não é só por conta do tamanho, mas também porque entre elas se forma uma lagoa menor chamada de Wawancocha ( a “ lagoa bebe”). Todas essas lagoas estão cerca de 3500 de altitude e são incríveis!

Orgoncocha - foto tirada do carro, pois não tivemos parada

Chimancocha

Mas é cerca de 31km da entrada do parque que começa nossa caminhada de aproximadamente 28km, ida e volta.

Tenho para mim que chegar ao final da trilha é a cereja do bolo e é o caminho que faz com que essa cereja seja ainda mais especial... Com a “ Laguna 69” não foi diferente.

A paisagem é DELUMBRANTE!!!

Já no começo da trilha somos recepcionados por uma árvore muito distinta chamada Quenual, antes usada para móveis, construção e fogueira até a chegada do eucalipto. Ela é tão bonita que não tive como resistir, tive que abraçá-la!



Boa parte do caminho da para se sentir a Doroty e a estrada dos tijolos amarelos do Mágico de OZ, Isso porque no chão brotam flores amarelas que ficam em juntinhas com a grama, dá muita dó de pisar...


Os animais silvestres são as vacas, isso mesmo, elas pertencem ao parque. Nascem, caminham comem e morrem por ali mesmo, como se nada estivesse acontecendo.

Cerca de 1:30 de caminhada, aos meus passos largos de tartaruga chegamos a Laguna Brogui. Muita gente para alí achando que chegou na tão esperada Laguna 69 coitados não fazem idéia de que falta e falta muito para chegar até ela.



Danado uma paradinha e olhando para trás, digamos que fiz isso VÁRIAS vezes, pode se ver a montanha que dá nome ao parque.

E para deixar o caminho ainda mais desafiador, você fica olhando a todo tempo os marcos do destino final: as montanhas Chacarraju e Pisco. A Laguna 69 está nos pés dessas duas montanhas que, para mim, não chegavam nunca...


O percurso como um todo tem planaltos e subidas, mas é a subida final que mata. A cada 10 passos 5 minutos para recuperar o fôlego. Pensei, sinceramente, em desistir MAS depois de quase 4 horas de caminhada lá está ela com seu azul extraordinário.


Poderia ficar ali, não só porque foi difícil chegar e dá preguiça de voltar, mas porque estar ali é realmente é indescritível e só quem está lá para sentir e entender um pouco do que estou falando.


Voltei curtindo o caminho e olhando várias vezes para trás levando comigo o que, certamente, foi uma das melhores experiências que já tive.  

23.04.2014 - Huaraz

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