Na noite
anterior tive a sensação de estar com febre tomei uns remédios e tratei de
dormir, torcendo para que no dia seguinte estivesse zerada, afinal tudo que
tinha feito até então era para conseguir ter condições de chegar à Laguna 69.
Minha torcida
valeu a pena, acordei zerada! Coloquei a mochila e subi na van para começar o
dia e 3 horas depois chegamos na entrada do Parque Nacional Huascarán.
Dentro do
parque e ainda de carro passamos por dois lagos: Chimancocha, apelidada de “lagoa
fêmea”, e a Orgoncocha, apelidada de “lagoa macho”. Isso não é só por conta do
tamanho, mas também porque entre elas se forma uma lagoa menor chamada de Wawancocha
( a “ lagoa bebe”). Todas essas lagoas estão cerca de 3500 de altitude e são incríveis!
Mas é cerca
de 31km da entrada do parque que começa nossa caminhada de aproximadamente
28km, ida e volta.
Tenho para
mim que chegar ao final da trilha é a cereja do bolo e é o caminho que faz com
que essa cereja seja ainda mais especial... Com a “
Laguna 69” não foi diferente.
A paisagem
é DELUMBRANTE!!!
Já no
começo da trilha somos recepcionados por uma árvore muito distinta chamada Quenual,
antes usada para móveis, construção e fogueira até a chegada do eucalipto. Ela é
tão bonita que não tive como resistir, tive que abraçá-la!
Boa parte
do caminho da para se sentir a Doroty e a estrada dos tijolos amarelos do
Mágico de OZ, Isso porque no chão brotam flores amarelas que ficam em juntinhas
com a grama, dá muita dó de pisar...
Cerca de 1:30 de caminhada, aos meus passos
largos de tartaruga chegamos a Laguna Brogui. Muita gente para alí achando que
chegou na tão esperada Laguna 69 coitados não fazem idéia de que falta e falta
muito para chegar até ela.
Danado uma
paradinha e olhando para trás, digamos que fiz isso VÁRIAS vezes, pode se ver a
montanha que dá nome ao parque.
E para
deixar o caminho ainda mais desafiador, você fica olhando a todo tempo os marcos
do destino final: as montanhas Chacarraju e Pisco. A Laguna 69 está nos pés
dessas duas montanhas que, para mim, não chegavam nunca...
O percurso
como um todo tem planaltos e subidas, mas é a subida final que mata. A cada 10 passos
5 minutos para recuperar o fôlego. Pensei, sinceramente, em desistir MAS depois
de quase 4 horas de caminhada lá está ela com seu azul extraordinário.
Poderia
ficar ali, não só porque foi difícil chegar e dá preguiça de voltar, mas porque
estar ali é realmente é indescritível e só quem está lá para sentir e entender um pouco do que estou falando.
Voltei curtindo
o caminho e olhando várias vezes para trás levando comigo o que, certamente,
foi uma das melhores experiências que já tive.
23.04.2014 - Huaraz
Nenhum comentário:
Postar um comentário